Diferente da liturgia oficial — composta pela Missa, sacramentos, e ofícios como a Liturgia das Horas — as celebrações paralitúrgicas são ritos devocionais que não pertencem ao cerne da liturgia sacramental. No entanto, elas são reconhecidas e incentivadas pela Igreja como formas legítimas de oração comunitária. Exemplos incluem bênçãos, procissões, orações comunitárias como o Terço e as novenas.
De acordo com o documento “Sacrosanctum Concilium”, Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II, as celebrações paralitúrgicas são recomendadas quando bem orientadas, pois “são preciosas oportunidades para aprofundar a fé, nutrir a piedade e ajudar na vida espiritual dos fiéis” (SC, n. 13).
Durante a Semana Santa é muito comum a gente deparar com essa palavra, principalmente, na programação das paróquias. Procissão do Encontro e Descendimento da Cruz são alguns exemplos de celebrações paralitúrgicas. Apesar de não ser uma celebração sacramental, como a Missa, elas são espaços privilegiados de encontro com Deus, alimentando a espiritualidade e a esperança dos fiéis que se unem nessa devoção.
A celebração paralitúrgica é uma forma essencial de manter viva a fé, nutrir a devoção e aproximar os fiéis da espiritualidade.
Fundamentos para celebrações paralitúrgicas
A Igreja reconhece que as formas de oração popular e de piedade, incluindo as celebrações paralitúrgicas, possuem grande valor espiritual. O Papa João Paulo II, na exortação apostólica “Vicesimus Quintus Annus”, recordou que “as formas de piedade popular, quando corretamente orientadas, servem como uma preciosa ajuda para a oração litúrgica”. A Instrução Geral sobre o Missal Romano também reafirma o lugar dessas celebrações na vida dos fiéis, desde que estejam em sintonia com os princípios da liturgia.
O documento do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, “A Piedade Popular e a Liturgia”, destaca que as devoções, como as novenas, ajudam os fiéis a “intensificar o seu relacionamento com Deus e com a Virgem Maria, tornando-se um impulso para a caridade e a vida moral” (n. 13).
Informações: Secretariado Nacional de Liturgia (Portugal) | A12